As diferenças
genéricas transcendem simples questões fisiológicas. As formas em que
homens e mulheres reagem a determinados eventos, como se desempenham e
desenvolvem processos de comunicação na sociedade, ou, entre muitas
outras coisas, tem a ver fisicamente e psicologicamente com as
enfermidades que possam ter, e têm um diferencial marcante dependendo do
sexo.
O
diagnóstico psiquiátrico que determina o transtorno do estado de ânimo
comumente conhecido depressão é um exemplo muito claro dessa questão. O
homens reagem de forma diferente a depressão do que as mulheres, os sintomas são diferentes e o desenvolvimento da doença se vive de maneiras distintas.
Neste
artigo de hoje eu quero convidar você a rever brevemente algumas dessas
questões que resultam de várias investigações científicas e
monitoramentos de uma série de padrões que geralmente caracterizam um
quadro depressivo. Vamos começar vendo as
7 diferenças entre homens e mulheres com depressão.
7 – Mulheres deprimidas têm uma maior tendência para refletir
Na
psicologia é chamado de ruminar a reflexão negativa exposta
publicamente. Basicamente, é quando o paciente fica compulsivamente
focado na angústia e nos problemas, procurando causas e geralmente
alegando responsabilidade. Em comparação com os homens, que também
receberam o diagnóstico clínico de depressão, as mulheres têm uma
tendência muito maior. A reflexão manifesta choro repetitivo,
pensamentos negativos, culpa e tristeza, sem nenhum motivo aparente.
6 – Homens deprimidos são mais propensos ao uso de drogas
Em
uma tabela comparativa entre os homens e as mulheres diagnosticadas com
depressão, tem-se observado que o consumo de álcool, assim como drogas e
outras substâncias ilícitas é muito mais elevado em homens do que em
doentes do sexo feminino. Verificou-se também que os homens deprimidos
têm um generalizada pela automedicação, usualmente ilegal, por exemplo,
pelo uso de ansiolíticos ou hipnóticos. Em contraste, também tem sido
observado que o consumo excessivo de uma substância nociva para o
organismo ocorre em mulheres, particularmente depois de ultrapassar a
fase depressiva, respondendo a altos níveis de ansiedade.
5 – As mulheres são mais propensas à depressão depois de enfrentar um evento negativo no cotidiano
Sabe-se
também que os problemas do cotidiana, os obstáculos da vida no dia a
dia, por mais simples que podem ser, envolvem o estresse, o que afeta
principalmente as mulheres, que são mais propensas a entrar em um quadro
depressivo em resposta a esses sintomas do que os homens. Em outras
palavras, há evidências de que as mulheres tendem a reagir mais
negativamente para os problemas da vida do que os homens, seja no
trabalho, na academia ou em casa, a exposição ao estresse que envolve os
problemas cotidianos pode induzir sintomas depressivos mais facilmente entre as mulheres.
As interações entre os hormônios do estresse, os hormônios reprodutivos
femininos e neurotransmissores que regulam o humor, estão diretamente
relacionados com essa
diferença entre homens e mulheres em relação à depressão.
4 – Os sintomas da depressão são mais difíceis de reconhecer nos homens
Nos homens,
reconhecer um sintoma da depressão é mais difícil do que em mulheres. Questões anatômicas, biológicas e fisiológicas definitivamente determinam a evidência de
sintomas depressivos entre as mulheres,
mas nos homens, isso não se desenvolve de forma tão clara. Para dizer
de forma mais simples, é mais fácil notar quando uma mulher está
deprimida do que um homem, inclusive no núcleo familiar, tornando mais
difícil a detecção clínica profissional de
depressão em homens.
3 – As mulheres são mais propensas a sofrer de outros transtornos de ansiedade durante a depressão
Verificou-se
que, durante a depressão, as mulheres são mais propensas a sofrer de
outros transtornos relacionados ao estado de ânimo, auto estima e
ansiedade. Um caso particular é o mais comum: o transtorno alimentar.
Muitas mulheres com diagnóstico de depressão também são comumente
diagnosticadas com distúrbios como a anorexia ou bulimia. O mesmo vale
para os ataques de pânico e transtornos obsessivo compulsivos.
2 – Homens e mulheres respondem de forma diferente ao tratamento com antidepressivos
Esta é uma outra descoberta médica envolvendo as
diferenças entre homens e mulheres depressivas.
Esta é uma informação consideravelmente recente e embora se encontra em
fase de pesquisa, parece supor que a diferença está na forma que os
antidepressivos são metabolizados e as taxas de absorção de drogas
psicotrópicas, sendo uma questão puramente biológica.
1 – Em casos de depressão mais graves, existem mais homens suicidas que mulheres
Neste
ponto, é necessário fazer muitas considerações. Existem diferentes
tipos de diagnósticos que variam em intensidade e complexidade de cada
caso: falar sobre a depressão não deve necessariamente envolver o
suicídio. No entanto, verificou-se que, nos casos de depressão mais
graves, os homens cometem mais suicídios do que as mulheres. Em grande
parte, os especialistas têm sugerido que as dificuldades em reconhecer
um sintoma de depressão em homens, a dificuldade do diagnóstico precoce
e, portanto, o tratamento adequado (que como vimos, funciona de forma
diferente em homens), pode afetar diretamente o fato de que mais homens
do que mulheres cometem suicídio.
Sem dúvida, é um tema tão complexo quanto interessante.